Nasceu no dia 19/09/15, às 7:15h, a princesa Marina, com 3130kg e 50cm, filha da Daniella e Macedo. Abaixo transcrevo o relato que ela própria escreveu sobre seu parto:
" Meu (quase) parto Natural:
Ainda dói pensar no que aconteceu, ou melhor, no que não aconteceu. Em todo lugar que vou fazer um procedimento com minha filha, à todas as pessoas que me perguntam, responder que me parto foi cesário dói muito. Antes mesmo de decidir engravidar, já sabia como queria que me filha viesse ao mundo.
Confesso que antes de abastecer de informações sobre os beneficios do parto natural, a minha convicção era pensando apenas em mim, não queria ser anestesiada, não queria ser operada e só. Conheço algumas pessoas que frequentaram o Núcleo Gestar Feliz, e sempre tive uma impressão errada do que seria o projeto. Queria me exercitar grávida, mas não queria um lugar onde as pessoas fossem monotemáticas e só falassem de bebês. Achava que iria me entendiar com tudo isso. Cheguei à procurar uma outra atividade para me exercitar, mas não sei porque resolvi dar uma chance à FISIOPALMAS. Aos poucos fui percebendo o quanto estava errada, o quanto a convivência com todas aquelas pessoas, com os mesmos medos e inseguranças me faria tão bem! Fui me informando não só com as palestras, mas também com as inúmeras conversas informais durantes as aulas. Cada colega que paria era motivo de muita comemoração e curiosidade, amáva escutar os relatos e ver como tudo tinha acontecido... e assim ia sonhando com meu momento.
Minha filha quis vir após as 41 semanas, e mesmo com tanta pressão, perguntas e previsões vindas de todos os lados, me mantive tranquila para esperar a hora dela. Continuei trabalhando, fiz acupuntura, acrescentei caminhadas diárias e exercicios em casa à minha rotina quando chegaram as 40 semanas. No dia 17 comecei à sentir as contrações por volta das 23:30, deitei para tentar dormir, pois sabia que seria importante guardar energia para o que viria, porém na prática foi diferente, como as contrações estavam de 10 em 10 minutos, o descanço não foi possível. Por volta das 3h levantei e tomei uma banho para tentar relaxar, e assim que amanheceu me comuniquei com a Sâmia e com o Dr.Alexandre Soares Barbosa, relatando o que havia acontecido. Fiquei de ir às 8hs para ser avaliada, e antes disso fiz 40 min de caminhada com meu esposo para ajudar o processo. Na avaliação 3 cm de dilatação. Fui à FISIOPALMAS, Samia Rocha me colocou agulhinhas na orelha e fui para casa almoçar uma comidinha apimentada! De tarde chá de gengibre e canela além de exercícios aqui em casa. As contrações eram agora de 5 em 5 minutos e voltei ao Alexandre. Dilatação de 4 cm. Meu esposo achou melhor já ficarmos por lá. À essa altura meus pais estavam na estrada e chegariam a qualquer momento e eu achei que ficaria mais tranquila apenas com meu esposo.
Logo a Sâmia chegou e começamos uma divertida maratona de exercícios pelo quarto e pelo corredor do hospital! Queria uma esteira... a vontade de caminhar era enorme! As contrações eram efetivas mas não pegaram rítmo, hora mais perto, hora mais espassadas. Mas eu, não parava de agachar, pular, andar...
Jantei um caldinho bem apimentado e tomei mais chá. Quando a noite chegou as dores foram se intensificando e perdi um pouco a noção do tempo... meu esposo foi perfeito. Conheço as limitações dele e ele superou todas para estar alí comigo. Foi carinhoso, compreensivo e me deu toda força do mundo! A Sâmia foi uma companheira maravilhosa, me orientava, me guiava, me dava paz. A noite foi longa: conversamos, demos risadas, nos exercitamos, rezamos.
Cada vez que o Alexandre chegava para me avaliar batia aquela esperança de estar chegando perto do fim, mas a evolução era lenta demais... Não sabia mais o que fazer para acelerar aquele processo e tirar de mim a dor, que nessa altura do campeonato estava muito forte. Não me lembro a hora, mas quando dilatei 7cm foi para a banheira... ahh como eu queria ter minha filha alí! As dores eram intensas demais e comecei à enjoar...vomitei várias vezes e a fraqueza e o cansaço começavam a bater, porém em momento algum pensei em desistir. O dia foi chegando, era minha segunda noite em claro. Optamos em romper a bolsa de águas. Neste momento achei que não iria suportar a dor.
Esperamos mais algum tempo e nada de evolução, as contrações eram quase insuportáveis mas não pegavam o ritmo. A Alexandre veio conversar comigo, muito atencioso me explicou que tudo aquilo poderia ir muito longe, minha filha estava bem, batimentos cardíacos fetais normal, mas eu, cansada e fraca não iria conseguir passar pelo processo de expulsão caso a dilatação se completasse. Então sabiamente me indicou a cesárea. Meu mundo caiu... era medo, frustação, impotência, tudo junto e misturado. Meu esposo foi contra, pois acreditava que a gente ainda conseguiria. Desistir do me parto natural foi a decisão mais dura da minha vida, mas eu não tinha mais forças. O caminho da suíte de parto até a sala de cirurgia foi o mais longo que já percorri. As contrações vinham e eu tinha que parar. Enfim quando cheguei me deparei com um ambiente claro, frio, cheio de pessoas estranhas conversando sobre futebol, uma pessoa me fazendo entevista e eu tendo que administrar meu pânico e a minha dor. Foram 3 contrações até conseguir ser anestesiada, enfim a dor física havia passado. Neste momento eu e meu esposo nos olhamos e choramos desesperadamente. A cirurgia foi muito rápida, logo abaixaram o campo e eu pude ver minha filha... encostaram ela no meu rosto e tirei a foto que sempre achei vazia e queria evitar. Logo levaram ela de mim. À essa altura do campeonato não conseguia raciocinar mais e meu plano de parto humanizado escorria pelo ralo. A Sâmia trouxe ela para mim, já com a sua roupinha e ela sugou um pouco. Ela nasceu ótima, limpinha, rosada, apgar 9 e 10! O que tirei de lição de tudo isso: Não me arredendo de nada e faria tudo de novo... passaria por todas as dores novamente, foi uma experiência incrível, trouxe ainda mais amor e complicidade para o meu casamento e fortaleceu os laços entre nós 3. Depois soube que a Marina estava com a cabecinha fora de encaixe, e se eu persistisse no parto teriam que ter sido feitas manobras mais agressivas para ela nascer, encarei a realidade: fiz a escolha certa, por mais que tenha doído abrir mão de tudo que eu queria e que havia me preparado tanto. Não há palavras para descrever o que a Sâmia, o Alexandre e meu esposo Macedo representam para mim a partir daquelas longas horas que tentamos de tudo para fazer minha filha vir ao mundo de maneira natural. Aquele dia estará para sempre na minha memória como o dia mais difícil e emocionante da minha vida! Obrigada ao núcleo por tudo que fazem por nós... informação e carinho que não tem preço! Estou morrendo de saudade da convivência e das aulas! Que venha o pós parto..." Daniella, é emocionante para mim ler um depoimento desses, nosso objetivo sempre foi promover gravidez saudável e partos conscientes e humanizados, seja como for, e quando vejo mulher que não deixa a frustração superar a alegria e a benção do nascimento de um filho, sinto que estamos no caminho certo!
" Meu (quase) parto Natural:
Ainda dói pensar no que aconteceu, ou melhor, no que não aconteceu. Em todo lugar que vou fazer um procedimento com minha filha, à todas as pessoas que me perguntam, responder que me parto foi cesário dói muito. Antes mesmo de decidir engravidar, já sabia como queria que me filha viesse ao mundo.
Confesso que antes de abastecer de informações sobre os beneficios do parto natural, a minha convicção era pensando apenas em mim, não queria ser anestesiada, não queria ser operada e só. Conheço algumas pessoas que frequentaram o Núcleo Gestar Feliz, e sempre tive uma impressão errada do que seria o projeto. Queria me exercitar grávida, mas não queria um lugar onde as pessoas fossem monotemáticas e só falassem de bebês. Achava que iria me entendiar com tudo isso. Cheguei à procurar uma outra atividade para me exercitar, mas não sei porque resolvi dar uma chance à FISIOPALMAS. Aos poucos fui percebendo o quanto estava errada, o quanto a convivência com todas aquelas pessoas, com os mesmos medos e inseguranças me faria tão bem! Fui me informando não só com as palestras, mas também com as inúmeras conversas informais durantes as aulas. Cada colega que paria era motivo de muita comemoração e curiosidade, amáva escutar os relatos e ver como tudo tinha acontecido... e assim ia sonhando com meu momento.
Minha filha quis vir após as 41 semanas, e mesmo com tanta pressão, perguntas e previsões vindas de todos os lados, me mantive tranquila para esperar a hora dela. Continuei trabalhando, fiz acupuntura, acrescentei caminhadas diárias e exercicios em casa à minha rotina quando chegaram as 40 semanas. No dia 17 comecei à sentir as contrações por volta das 23:30, deitei para tentar dormir, pois sabia que seria importante guardar energia para o que viria, porém na prática foi diferente, como as contrações estavam de 10 em 10 minutos, o descanço não foi possível. Por volta das 3h levantei e tomei uma banho para tentar relaxar, e assim que amanheceu me comuniquei com a Sâmia e com o Dr.Alexandre Soares Barbosa, relatando o que havia acontecido. Fiquei de ir às 8hs para ser avaliada, e antes disso fiz 40 min de caminhada com meu esposo para ajudar o processo. Na avaliação 3 cm de dilatação. Fui à FISIOPALMAS, Samia Rocha me colocou agulhinhas na orelha e fui para casa almoçar uma comidinha apimentada! De tarde chá de gengibre e canela além de exercícios aqui em casa. As contrações eram agora de 5 em 5 minutos e voltei ao Alexandre. Dilatação de 4 cm. Meu esposo achou melhor já ficarmos por lá. À essa altura meus pais estavam na estrada e chegariam a qualquer momento e eu achei que ficaria mais tranquila apenas com meu esposo.
Logo a Sâmia chegou e começamos uma divertida maratona de exercícios pelo quarto e pelo corredor do hospital! Queria uma esteira... a vontade de caminhar era enorme! As contrações eram efetivas mas não pegaram rítmo, hora mais perto, hora mais espassadas. Mas eu, não parava de agachar, pular, andar...
Jantei um caldinho bem apimentado e tomei mais chá. Quando a noite chegou as dores foram se intensificando e perdi um pouco a noção do tempo... meu esposo foi perfeito. Conheço as limitações dele e ele superou todas para estar alí comigo. Foi carinhoso, compreensivo e me deu toda força do mundo! A Sâmia foi uma companheira maravilhosa, me orientava, me guiava, me dava paz. A noite foi longa: conversamos, demos risadas, nos exercitamos, rezamos.
Cada vez que o Alexandre chegava para me avaliar batia aquela esperança de estar chegando perto do fim, mas a evolução era lenta demais... Não sabia mais o que fazer para acelerar aquele processo e tirar de mim a dor, que nessa altura do campeonato estava muito forte. Não me lembro a hora, mas quando dilatei 7cm foi para a banheira... ahh como eu queria ter minha filha alí! As dores eram intensas demais e comecei à enjoar...vomitei várias vezes e a fraqueza e o cansaço começavam a bater, porém em momento algum pensei em desistir. O dia foi chegando, era minha segunda noite em claro. Optamos em romper a bolsa de águas. Neste momento achei que não iria suportar a dor.
Esperamos mais algum tempo e nada de evolução, as contrações eram quase insuportáveis mas não pegavam o ritmo. A Alexandre veio conversar comigo, muito atencioso me explicou que tudo aquilo poderia ir muito longe, minha filha estava bem, batimentos cardíacos fetais normal, mas eu, cansada e fraca não iria conseguir passar pelo processo de expulsão caso a dilatação se completasse. Então sabiamente me indicou a cesárea. Meu mundo caiu... era medo, frustação, impotência, tudo junto e misturado. Meu esposo foi contra, pois acreditava que a gente ainda conseguiria. Desistir do me parto natural foi a decisão mais dura da minha vida, mas eu não tinha mais forças. O caminho da suíte de parto até a sala de cirurgia foi o mais longo que já percorri. As contrações vinham e eu tinha que parar. Enfim quando cheguei me deparei com um ambiente claro, frio, cheio de pessoas estranhas conversando sobre futebol, uma pessoa me fazendo entevista e eu tendo que administrar meu pânico e a minha dor. Foram 3 contrações até conseguir ser anestesiada, enfim a dor física havia passado. Neste momento eu e meu esposo nos olhamos e choramos desesperadamente. A cirurgia foi muito rápida, logo abaixaram o campo e eu pude ver minha filha... encostaram ela no meu rosto e tirei a foto que sempre achei vazia e queria evitar. Logo levaram ela de mim. À essa altura do campeonato não conseguia raciocinar mais e meu plano de parto humanizado escorria pelo ralo. A Sâmia trouxe ela para mim, já com a sua roupinha e ela sugou um pouco. Ela nasceu ótima, limpinha, rosada, apgar 9 e 10! O que tirei de lição de tudo isso: Não me arredendo de nada e faria tudo de novo... passaria por todas as dores novamente, foi uma experiência incrível, trouxe ainda mais amor e complicidade para o meu casamento e fortaleceu os laços entre nós 3. Depois soube que a Marina estava com a cabecinha fora de encaixe, e se eu persistisse no parto teriam que ter sido feitas manobras mais agressivas para ela nascer, encarei a realidade: fiz a escolha certa, por mais que tenha doído abrir mão de tudo que eu queria e que havia me preparado tanto. Não há palavras para descrever o que a Sâmia, o Alexandre e meu esposo Macedo representam para mim a partir daquelas longas horas que tentamos de tudo para fazer minha filha vir ao mundo de maneira natural. Aquele dia estará para sempre na minha memória como o dia mais difícil e emocionante da minha vida! Obrigada ao núcleo por tudo que fazem por nós... informação e carinho que não tem preço! Estou morrendo de saudade da convivência e das aulas! Que venha o pós parto..." Daniella, é emocionante para mim ler um depoimento desses, nosso objetivo sempre foi promover gravidez saudável e partos conscientes e humanizados, seja como for, e quando vejo mulher que não deixa a frustração superar a alegria e a benção do nascimento de um filho, sinto que estamos no caminho certo!