Sobre a Humanização do Parto e Nascimento:
Um dia as ideias, conceitos e propostas em nome da humanização do nascimento estarão acessíveis a todos os profissionais de saúde, em todas as instâncias - inclusive, e principalmente, na Academia - e teremos milhares de cuidadores comprometidos com um atendimento humano, digno, respeitoso e seguro. Talvez o vovô Ric nessa época vai ser o "tataravô Ric" (ou será um excelente adubo para as ervas daninhas) mas não importa. Alguém plantou as sementes dos frutos que hoje colhemos, e é justo que a semeadura de outras ideias seja através do nosso trabalho e sacrifício. A conscientização do protagonismo restituído à mulher no processo do nascimento é um dos maiores legados da nossa geração em termos de direitos humanos. Resgatar a mulher da subserviência e da tutela vale qualquer esforço. Os avanços nos direitos das mulheres seguem uma linha contínua, de avanços consistentes permeados por pequenos retrocessos. As sufragistas, as ativistas pelo divórcio, as feministas de primeira hora - assim como as contemporâneas - todas lutaram por uma sociedade mais digna e igualitária para as mulheres. O mesmo ocorre com aquelas que combatem a violência obstétrica e lutam pela liberdade de escolha, mesmo recebendo ataques de toda ordem daqueles que pretendem manter intocadas as injustiças.
Dr Ricardo Hebert Jones,Médico, ginecologista e obstetra, ativista pela humanização do parto e membro da ReHuna. - Rede Nacional pela Humanização do Narto e Nasciamento