Converterem-se em pais
Quando os membros do casal se convertem em pais, no princípio toda a atenção está motivada e dirigida para o bebé, que requer muito tempo da sua mamã, sobretudo se amamenta. Portanto, os primeiros meses e até que se estabeleça uma boa adaptação bebé-mamã, a sexualidade propriamente dita ficará condicionada por esta relação. Assim, cabe recordar que a descida pronunciada de estrógenos incide notavelmente na diminuição do desejo.
Não há fórmula nem receita para o regresso à vida sexual; cada casal tem o seu ritmo e o seu tempo, embora geralmente as relações coitais possam retomar-se 45 dias depois do nascimento, uma vez que desaparecem os lóquios (perdas de sangue). De todas as maneiras, dependerá de como foi o parto, se se realizou uma episiotomia (corte na zona vulvar para permitir a passagem do bebé pela vagina), se houve uma boa cicatrização dos pontos, ou se se tratou de uma cesariana. Neste último caso, terá de esperar a alta médica.
Uma etapa crítica
Muito se fala da gravidez e do parto e, em geral, todas as mulheres no seu imaginário psíquico estão preparadas para isso, embora não para "o depois". Assim, durante o puerpério, a mulher atravessa momentos de alegria e vivências inesquecíveis, mas também experiências e emoções muito fortes, como enjoo, cansaço, tristeza e confusão. Devido ao facto de constituir uma das etapas mais críticas para o casal, é necessário saber que faz falta uma boa parcela de humor, e no que diz respeito ao reinício da relação coital, uma grande dose de paciência.
O retorno à vida sexual
A sexualidade é uma parte integrante da personalidade de todo o ser humano, e o seu desenvolvimento pleno depende da satisfação das necessidades humanas básicas, como o desejo de contacto, intimidade, expressão emocional, prazer, ternura e amor. Mas quando falamos de vida sexual, não nos referimos exclusivamente à relação coital ou genital.
O ser humano dispõe de uma ampla gama de possibilidades para relacionar-se sexualmente. Os beijos, as carícias e as expressões verbais e corporais afectuosas fazem o bem-estar quotidiano e ajudam a uma boa comunicação, dado que se trata de manifestações saudáveis e muito necessárias para este momento tão complexo da relação.
Saber esperar
Algumas mulheres referem que o acto de amamentar lhes produz muito prazer, e concentram toda a sua sensibilidade na atenção ao bebé. É necessário que o papá compreenda este idílio, e espere um tempo aconselhável para retomar as relações coitais. Às tarefas quotidianas, como cuidar da casa, da comida, a roupa, a saúde e o trabalho, junta-se agora o cuidado do bebé, dormir pouco, amamentar...
Assim, a falta de interesse sexual é lógica e compreensível. Uma alternativa válida para recuperar a intimidade do casal é criar situações agradáveis; por exemplo, uma "escapadinha" pedindo ajuda a um familiar para tomar conta do bebé. Do mesmo modo, é importante que o bebé não se acostume a dormir na cama dos pais, e se o faz no seu quarto e a sua presença inibe, pode transferir-se momentaneamente para outro quarto (há aparelhos que avisam perante qualquer ruído que o bebé faça). De todas as formas, convém que não permaneça no quarto, porque os ruídos poderiam despertá-lo.
Outra gravidez?
Se o que se quer é prevenir outra gravidez, é necessário consultar o médico, inclusive durante o internamento, para que se informe acerca dos métodos de anti-concepção e qual convém adoptar. Não esqueça que durante a amamentação e na etapa amenorreia (ausência de menstruação) também pode produzir-se a gravidez. Perante qualquer dúvida, não tarde em consultar o seu médico. Todas as perguntas são importantes, e todas têm resposta.